Reflexão - As cartas da Cigana

Sei que basta um piscar de olhos, literalmente, pra que alguém se apaixone.
Sei que o mais profundo “eu te amo” é incapaz de traduzir um sentimento.
Sei que este sentimento pode, de repente, se esvair, se modificar, de uma hora pra outra, sem mais nem menos.
Sei que nada é realmente para sempre, e sei que o nunca mais é uma questão de tempo.
Sei que a cada segundo, a cada frase, a cada entendimento nós mudamos.
Sei que as mudanças nem sempre nos levam aonde gostaríamos, ou aonde planejávamos.
Sei que há qualquer momento tudo pode virar de cabeça pra baixo.
Sei que os sentimentos são transitórios, transitivos, translúcidos, transeuntes, transformáveis.
Sei que aparecem em nossas vidas coisas, situações e pessoas que podem nos levar a perder o rumo, ou a encontrá-lo; que podem nos fazer acreditar que tudo que achávamos estar exatamente certo, não estava muito bem arrumado; que podem nos verter em lágrimas por dor, arrependimento, indecisão, angústia, desespero, ou por gratidão, alívio, felicidade, comoção, êxtase, gozo;
Sei que o tempo é irrisório, que o aprendizado em todas as suas formas é o que conta.
Sei que dá um medo danado nos depararmos com essas verdades intransponíveis.
Mas também sei que isso é a vida acontecendo.
E que não importa que todas essas coisas venham de supetão esburacando, esgarçando, esbofeteando, e acarinhando você. Elas virão, e você irá lidar com elas, uma de cada vez.
E não vai adiantar tremer de medo agora pensando em como vai ser, em quem vamos magoar, em como vamos evitar isso ou se o alguém magoado vai superar.
É preciso esperar pra ver. E aí então agir como for melhor. Talvez não o melhor absoluto, mas o melhor possível, no momento.
Nada disso apaga as promessas, as ilusões, os planos, as vontades, os anseios de uma vida presente e prospera de sonhos.
Tudo vai acontecer como tiver que acontecer, e as pessoas terão que lidar com isso. Anime-se!
Eis o presente diante de nós. Vivamo-lo! E o que tiver que ser será.